“Foreign Affairs” fala em “restauração” do Itamaraty sob Lula

Revista dos EUA diz que Jair Bolsonaro deixou a política externa “à deriva” e presidente deve “juntar os cacos”

A revista norte-americana Foreign Affairs, referência em temas internacionais, publicou na última 4ª feira (15.mar.2023) um artigo (aqui, para assinantes) sobre a “restauração” da política externa do Brasil com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2022.

O artigo The restoration of Brazilian foreign policy” (A restauração da política externa brasileira, em tradução livre) diz que o “triunfo” do petista marcou “o resgate da democracia no país” depois que o governo de Jair Bolsonaro (PL) “enfraqueceu os principais pilares do sistema brasileiro”.

Segundo os autores –o pesquisador da Universidade Havard Hussein Kalout e o professor da USP (Universidade de São Paulo) Feliciano Guimarães–, Bolsonaro deixou a política externa brasileira “à deriva” e Lula “deve agora juntar os cacos”.

Para eles, se o atual presidente “conseguir equilibrar idealismo e pragmatismo”, poderá colocar o Brasil “no caminho para recuperar o prestígio e a relevância que perdeu com seu antecessor”.

A revista cita que a disputa entre Estados Unidos e China representa um “enorme desafio” para o governo no curto prazo e para a política externa brasileira no longo prazo. O melhor caminho, conforme o artigo, é haver “equilíbrio”.

Os Estados Unidos são o maior investidor do Brasil e a China seu maior parceiro comercial. Ambos os países são igualmente importantes para o desenvolvimento tecnológico do Brasil”, escrevem os autores.

Em um cenário global, os autores dizem que o Brasil tem uma oportunidade de desempenhar um papel fundamental no esforço para conter as mudanças climáticas, “um projeto largamente abandonado por Bolsonaro”.

Já na América do Sul, o Brasil “deve usar seu tamanho e peso econômico” para sustentar a estabilidade e a prosperidade na região.

Conforme os autores, o Brasil está em “uma posição complicada” por causa da guerra na Ucrânia. “[O Brasil] não pode deixar de condenar a invasão russa, nem se opor completamente à Rússia, sua parceira em iniciativas como o grupo Brics”, lê-se no artigo.

Para eles, a solução encontrada por Lula –propor a criação de um grupo de países para mediar as negociações do fim do conflito– pode não ser a melhor, uma vez que “as inegáveis qualidades de Lula como negociador” podem esbarrar na incompatibilidade dos interesses russos e ucranianos.




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Fonte: Cariri Mix

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