Só 14% acreditam que atitude do presidente em tentar forçar queda da taxa não é correta
A maioria (76%) dos brasileiros acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “está certo em tentar forçar a queda da taxa de juros”, enquanto só 14% disse que não concorda com o petista. Os números são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta 3ª feira (14.fev.2023).
Outros 8% disseram que não sabem ou não responderam. Eis a íntegra do estudo (13 MB).
Em 1º de fevereiro, o BC (Banco Central) decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano. A medida foi criticada por Lula mais de uma vez. Em uma das ocasiões mais recentes, o atual presidente afirmou que o país tem a “cultura” de juros altos e chamou de “vergonha” o aumento da taxa.
Segundo a pesquisa, os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são aqueles que mais discordam de Lula (61%). Entretanto, mesmo entre o grupo, a maioria (61%) disse que concorda com a tentativa do atual chefe do Executivo de forçar a queda da taxa de juros.
Além disso, para 87% dos que votaram em Lula, o atual presidente está certo. Só 8% discordam.
Aqueles com a menor renda são os que mais apoiam o petista: até 2 salários mínimos (79%) e mais de 2 a 5 salários (77%).
Para 72% das pessoas com investimentos, Lula está certo em seu comportamento. Entre aqueles que não investem, 77% afirmaram que concordam com o petista.
INFLAÇÃO
O presidente do Banco Central tende a lidar com a inflação do país “agindo com interesses políticos” para 46% das pessoas ouvidas pela Genial/Quaest. Outros 37% consideram que o líder da autoridade monetária encarar a questão “usando critérios técnicos”.
Leia abaixo os destaques:
- Voto no 2º turno: A maioria (51%) dos eleitores de Lula acredita que o presidente do BC lidará com a inflação agindo com interesses políticos, enquanto 46% daqueles que votaram no Bolsonaro acham que o líder do banco irá usar critérios técnicos;
- Com investimentos: Entre aqueles que têm investimentos, 48% acreditam que o presidente da autoridade monetária deve lidar com a inflação com uma conduta política contra 42% que acham que será de forma técnica.
Críticas de Lula
À Genial/Quaest, a maioria (67%) disse que “não ficou sabendo das críticas de Lula à política de juros do Banco Central”.
Lula tem falado em rever a autonomia do Banco Central, em vigor desde 2021. Segundo o petista, a independência da autoridade monetária pode ser reavaliada depois do fim do mandato do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 2024.
“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o banco central independente”, disse Lula em entrevista à RedeTV no início do mês.
O chefe do Executivo atribui a culpa da taxa de juros alta à independência do BC. As críticas de Lula a Campos Neto se intensificaram desde a divulgação dos dados do Copom (Comitê de Política Monetária), que definiu manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano.
O mercado financeiro havia avaliado a ata publicada pelo comitê como uma trégua entre Lula e Campos Neto. Mas as reiteradas críticas do presidente da República ao presidente do BC dissolveram a boa avaliação.
“Ele deve explicações não a mim, mas ele deve explicações ao Congresso Nacional, que o indicou. […] Esse cidadão, indicado pelo Senado, tem a possibilidade de maturar, de pensar e de saber como é que vai cuidar desse país”, disse Lula na última 3ª feira (7.fev.2023) em café da manhã com veículos de mídia tidos como “independentes”.
O diretório do PT aprovou nesta 2ª feira (13.fev.2023) uma resolução que, entre outras coisas, apoia e recomenda a convocação de Campos Neto para explicar a taxa de juros. O texto final da resolução, que não tem prazo para ser votado, ainda será redigido pelos técnicos petistas.
Leia outras vezes em que Lula criticou a taxa básica, o BC e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto:
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Fonte: Cariri Mix