Janja também participa da 1ª reunião ministerial de Lula

A primeira-dama Janja da Silva, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Aurélio Ribeiro, conhecido como Marcola, participaram da 1ª reunião ministerial do governo.

Os 3, acompanhados do embaixador Fernando Igreja e de assessores da Secretaria de Comunicação, sentaram-se na 2ª fileira do salão reservado para o encontro. Todos os 37 ministros da Esplanada lulista compareceram.

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Sérgio Lima/Poder360 – 6.jan.2023

Da esq. para a dir., a primeira-dama Janja da Silva, o embaixador Fernando Igreja, o chefe de gabinete da Presidência, Marcola, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior

A presença de Janja na cerimônia estritamente política denota que a primeira-dama consolidou sua posição de influência na administração petista. 

No período de transição, ela participou atividade da montagem do governo e articulou para indicar e vetar nomes cotados para a Esplanada. Um dos “cancelados” de Janja foi o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), cotado para o Ministério do Turismo, por suspeita de violência doméstica. A pasta foi então passada a Daniela Carneiro, agora acusada de envolvimento com a milícia do Rio de Janeiro. 

A primeira-dama, responsável por coordenar a cerimônia da posse no domingo (1º.jan), também tentou vetar a presença de jornalistas no tradicional coquetel de convidados do presidente no Itamaraty. Argumentou que os profissionais poderiam constranger a espontaneidade dos cerca de 3.000 presentes. A tentativa de interferência gerou ruído entre petistas e aliados.

Na noite de 5ª feira (6.jan), uma reportagem do Grupo Globo acompanhou Janja em um tour guiado ao Palácio da Alvorada mostrando as condições da residência oficial da Presidência. O tom da gravação foi de queixas sobre o estado em que foi encontrado o Alvorada, em crítica à administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocupante anterior dos aposentos. 

A reunião ministerial desta 6ª feira (6.jan) estava marcada para às 9h30, mas o petista começou a discursar às 10h03, com 33 minutos de atraso. A fala durou 20 minutos e 50 segundos e sua voz esteve instável em alguns momentos.

Lula disse na reunião que algumas indicações do alto escalão são fruto de “acordo político”. Segundo o chefe do Executivo, não adianta indicar somente técnicos e não conseguir votos suficientes nas votações do Congresso. “Muitos de vocês são resultado de acordos políticos. Não adianta a gente ter o governo mais tecnicamente formado em Harvard e não ter votos na Câmara dos Deputados”, disse.

Não deixarei nenhum de vocês. Vocês foram chamados porque têm competência, vocês foram chamados porque foram indicados pelas organizações políticas a que vocês pertencem e eu respeito muito isso, prometeu Lula.

No fim da fala, ao passar a palavra para o vice, Geraldo Alckmin (PSB), estava com os olhos marejados e usou um lenço de pano para secar o rosto.

Assista:

Lula também cobrou dos ministros boa relação com congressistas, lembrando que o governo precisará do Congresso e que não quer ouvir reclamações de deputados e senadores tomando “chá de cadeira” nos ministérios.

“Não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é o governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado”, disse.

Nós não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso. Cada ministro tem que ter a paciência de atender bem cada deputado, senador, senadora. Senão, quando a gente vai pedir um voto, ele diz: não, fui em tal ministério e nem me receberam.

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Sérgio Lima/Poder360 – 6.jan.2023

Visão geral da 1ª reunião ministerial do 3º governo Lula

Leia abaixo os destaques do discurso de Lula no começo da reunião ministerial:

  • Divergências no governo“Não somos um governo de pensamento único, de filosofia única. Somos um governo de pessoas diferentes. A gente, pensando diferente, tem que fazer esforço para que, no processo de reconstrução deste país, a gente pense igual”;
  • Crescimento econômico“É possível fazer o Brasil voltar a crescer com responsabilidade, distribuição de renda e de riqueza. É possível a economia voltar a crescer e gerar emprego que garanta ao trabalhador um pouco de responsabilidade social”;
  • Investigações na Justiça“Se a pessoa cometeu algo grave, a pessoa do governo terá de se colocar à disposição das investigações e da Justiça”;
  • Relação com o Congresso“Nós não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso. Cada ministro tem que ter a paciência de atender bem cada deputado, senador, senadora. Senão, quando a gente vai pedir um voto, ele diz: não, fui em tal ministério e nem me receberam”;
  • Educação“Na semana que vem, quero uma reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana, para ver que escolas, universidades, institutos vamos visitar, para entender a situação e para recuperarmos. Vamos ter que colocar a mão na massa para produzir e reconstruir, melhorando a educação”;
  • Cultura — em fala direcionada à ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse: “Prepare-se, Margareth, porque vamos fazer uma revolução cultural neste país. Parte da violência existe pela ausência de Estado”;
  • Lira e Pacheco“Não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é o governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado”.




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Fonte: Cariri Mix

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