O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse que “passou da hora” de o Banco Central reduzir a taxa de juros no país. Segundo ele, não há nada que justifique o país ter a taxa de juros de 13,75%.

“Já passou da hora [de reduzir juros]. Não tem razão para termos a maior taxa de juros do mundo. É difícil de entender. Em 2020, a taxa de juros era 2%. Hoje, 13,75%. Não tem justificativa“, disse nesta 2ª feira (3.abr.2023).

O governo federal tem feito reiteradas críticas ao atual patamar da Selic. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, fez diversas críticas ao chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto. Alckmin se soma ao coro ao pedir redução da taxa.

As declarações foram feitas durante o lançamento do Geceis (Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde), iniciativa que tenta fortalecer a estrutura industrial do setor no país.

Para Alckmin, há 3 motivos pelos quais a indústria brasileira perdeu relevância nos últimos 50 anos: câmbio, impostos e juros altos. Dessa forma, a redução da Selic ajudaria a alavancar a atividade industrial no país.

“Esperamos que com a nova ancoragem que foi apresentada, a ancoragem fiscal, a gente entre numa curva de redução da taxa de juros“, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Compras governamentais

O objetivo do Geceis é que a indústria nacional de medicamentos represente 70% dos medicamentos, equipamentos, vacinas e outros materiais médicos usados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo o Ministério da Saúde, a área de saúde é deficitária no país. Representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto), mas teve deficit de US$ 20 bilhões em importações no último ano.

“A globalização [a partir da pandemia] passa a ter um princípio novo, que é o da precaução. Não podemos depender em muitas áreas estratégicas de tudo que é fabricado lá fora, especialmente na saúde“, disse Alckmin.

Uma das marcas dos últimos anos foi a pandemia de covid-19. O Brasil não desenvolveu nenhuma vacina e comprou de outros países, uma das razões para o deficit.